quinta-feira, 23 de outubro de 2008

(Re) Born

Sempre ví a Primavera como a Primeira estação. Acho que pelo motivo óbvio de constante (re) nascimento que ela tráz pra natureza, ou pela cores primárias que percebemos no ar, diferente das outras estações, ou ainda ao próprio nome Prima que pode vir do latim primariu (primeiro). Incoscientemente, meu corpo aflora também um espírito de mudança.

Acho que essa é a primera vez que percebo essa relação. Já passei por grandes bons-momentos, mas também por acontecimentos que nem sempre gostamos de (re) lembrar. Mas não é somente em decisões ou atitudes que esses meses me influenciam. Além de ser uma época de (re) pensar sobre tais decisões e atitudes, vejo presente no meu próprio corpo mesmo, em pequenas coisas, muitas vezes insignificantes pra mim, mas que causam algum rebuliço nos outros.

De pouco tempo pra cá, estou passando os dias a base de Tom Yorke, Bjork, Radiohead e Pink Floyd. Bandas até bem batidas, até aí nada de renovação, mas por me levar ao introspectivismo ou ao emsimesmamento, ou seja, elas servem como (re) criação das minhas vãs e superficiais teorias.

Teorias que na verdade são apenas auto-defesa para poder aguentar o meu fluxo constante de pressão sobre minhas ações, nada que Freud não explique...

Ainda bem que em seguida vem o Verão, sim... o verão, bom velhão. Vamos ver o que ele me traz na sacola do seu meio amigo Noel. Não espero muita coisa, pra falar a verdade, nunca quis receber tanta "paz, saúde e felicidades" como sempre me davam todos os parentes, amigos e até estranhos.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Nascimento de Dom Ramon da Bolandeira


Nascido do coração de Pandora,
Por Palas Athena abençoado.
Nas terras do novo-mundo mora,
Mas tem no Mundo seu nome atado.

Da alquimia do Bruxo do Cosme-Velho
Surge o Cavaleiro da Esperança,
Tendo como princípio, o seu trabalho:
Sua Fé erguida na ponta de sua lança.

Sua honra vale mais que sua própria vida.
Seu lema único, forjado em seu peito
Na forma da única Flor que o sustenta.

"O Dom da Fala que o conduzirá!"
Doravante, o vocábulo c'mo leito
de Glória, mas também de seu Ofício.

domingo, 12 de outubro de 2008

Apenas mais um

Nem sempre escolhemos as coisas, pra ser sincero, quase nunca escolhemos nada. Duvida?! Quando nos damos conta do que está acontecendo – não só conosco, mas com tudo que nos rodeia – é que percebemos de que não tomamos proporção dos acontecimentos que ocorrem no dia-a-dia, das ligações sociais, das ligações amorosas, das ligações profissionais, de toda essa teia digital e real que nos cerca e que nos cerca, de tal maneira, que não conseguimos nos desprender com a facilidade que nossa pseudo-liberdade e domínio da nossa própria vida acha.

Achamos que somos independentes e que somos capazes de escolher sozinho nossas decisões, não levamos em conta esses mesmos círculos que já citei, não levamos em conta a nossa covardia ao tentar criar as nossas possibilidades de conquistas, sempre acabamos nos recuando para aquilo que é mais estável e seguro, aprisionando a nossa mente e no nosso pequeno micro-espaço. Aí fugimos.

Tentamos imaginar soluções para a nossa covardia, tentamos provar para os outros – mas principalmente para nós mesmos – que “somos fortes”, que “nada nos derruba” e que “sempre damos a volta por cima!”. Acha realmente?! A volta sempre termina embaixo, embaixo da nossa própria miséria, embaixo da nossa própria desgraça, embaixo do remoto controle que temos.

A tristeza é diretamente proporcional a nossa idade. Crescemos e reconhecemos que não passamos de apenas mais um. Que nossa geração não será marcada por nada, não será lembrada por nada e que nem nossos bisnetos saberão nossos nomes. Numa sociedade em que se precisa se encaixar em estilos pré-fabricados, podemos ser considerados personas? Podemos ter nossas ofuscadas idiossincrasias, mas todas girando em elípses que já foram institucionalizadas pelo sistema. O que será preciso para isso mudar? Talvez o Apocalipse? Talvez um Fightclub, Tyler Durden, será você o novo messias? Já repararam como apenas fazemos perguntas? Mas não perguntas questionadoras ou reflexivas, fazemos perguntas diretas e objetivas: aonde isso se aplica? Isso serve pra que? qual a resposta? O Homem (que se fodam as feministas) não é uma máquina e não tem que agir como tal, há perguntas que não se podem ser respondidas num caderno e há ações que acontecem, sem explicação lógica ou exata.

Simplesmente a roda gira, a diferença é que nós não estamos dentro dela, mas por onde ela passa. Somos esmagados pela nossa capacidade de criação científica, deixando de lado valores simples. Nossa humanidade é recriminada dentro das prórpias instiuições do saber. Nossos sonhos são destruídos dentro da nossa própria casa, nossa personalidade se esvai ao entrarmos no voraz mundo capitalista. A culpa é de quem? “Um mentiroso, um advogado, um espelho – me mostre qual é a diferença?”