segunda-feira, 22 de março de 2010

Hope(l/n)ess

Nunca se sabe quando a vida está prestes a virar, porque nem ao menos sabemos o que nossas escolhas realmente acarretarão.

Contudo, a esperanca de que pode dar certo é suficiente para que tenhamos vontade de re-tentar.

Até quando refletir se dará ou não certo é mais importante do que a certeza do momento?!

Acreditar já é algo bom, suponho...



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Fogão de seis bocas assa uma boa bacalhoada à portuguesa




Existem algumas máximas dentro do futebol. Uma delas, do técnico Muricy Ramalho que diz assim: "a bola pune". Mas pra entendê-la, precisa conehecer outras como por exemplo: "entrou de salto alto". As duas se completam.

Vasco entrou em campo e os torcedores já gritavam "é campeão", com 10 minutos de jogo, se perguntavam quem faria 3 gols dessa vez. O Vasco era favorito, tem um melhor elenco que o Botafogo. Contudo, o "futebol se decide dentro das 4 linhas".

Numa final de Taça Guanabara nada mais cabível que o "clássico é clássico". O Rei do Rio pegou um desacreditado Botafogo e devagar, como um bom mineirinho - que ele não é - foi arrumando "a espinha dorsal" da Estrela Solitária.

Sem nenhum questionamento a cerca de arbitragem, mas com uma ressalva sobre a PM que fechou um lado do Maracanã destinado ao Botafogo e simplesmente disse que era pro Vasco, precisando ir o Montenegro - ex presidente do Botafogo - de bermuda e sandalhas conversar pessoalmente com o Comandante da PM e liberar em seguida o setor amarelo do Maior do Mundo. Lamentável a falta de respeito com os torcedores que compraram o ingresso e foram barrados até então. Independente do time que torcem.

Pelo menos já estavam todos no Estádio para comemorar o gol do Fábio Ferreira. Todos sabem que o placar de 1 x 0 é muito perigoso, enquanto Joel esbravejava "está zero a zero!", o Vasco ainda acreditava e cantava: "O Vasco é o time da virada" e começou de fato a virar ao avesso os jogadores do Botafogo. Abreu afundou a nau portuguesa.

Vasco alcança seu objetivo de vice. E o Botafogo, de acordo com a mídia, está a espera de quem será o Campeão do Rio em 2010. Mídia essa que teve que engolir a seco o pseudo-título do Alvinegro. Não poderão estampar o chororô que tanto amam.

Vale lembrar que o presente dado pelo Vasco: o tão famoso fogão de 6 bocas com uma ave dentro - só não foi um frango, mas sim um urubu - acabou assando uma boa bacalhoada, pois, como dizia meu saudoso (e vascaino) avô: "ao vencedor, as batatas", bem temperadinhas com salsa e cumbia para encorpar o peixe. O mestre (não o mestre sala) cuca (não o técnico) Natalino mostrou "ter estrela".

O futebol vive de máximas, se tornando até clichê. Hoje, tivemos mais um capítulo comum de um século de existência.

Em finais, Botafogo 7 x 0 Vasco. Podem ficar com o troco, pra ganhar o freguês.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Abreu não tirou o sono de Andrade, mas o técnico após contar Cordeiro, Caio da cama!




Hoje o Flamengo foi derrotado pela sua própria soberba. Curtiram o Carnaval como se a classificação tivesse acontecido no sábado, junto ao Vasco. Muricy, ainda técnico do Palmeiras sempre diz (assim como no seu caso): a bola pune!

Não digo que todos os jogadores entraram já sambando, mas vimos nitidamente as pernas pesadas de tantas baladas e cervejas de noites mal dormidas e bem aproveitadas por alguns jogadores. Quem joga bola sabe que depois de noites mal dormidas, a perna fica com a gravidade a 40 e não aa 10! Love perdeu vários gols, todos por perder o tempo da bola: a perna não acompanhava o raciocínio da ação.

O Botafogo saiu vitorioso, injustamente, mas saiu perdedor em 2007, também injustamente.

Futebol é assim: nem sempre justo, mas sempre justo.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Homenagem ao melhor seriado de todos os tempos


Com toda certeza todos vocês conhecem, são os atores que interpretaram os personagens mais famosos,desde a década de 70 até hoje.

Fazem parte da infância da maioria das pessoas…
E eu resolvi procurá-los, saber como estão, por onde andam etc…
Eu não sei vocês mas eu sempre adorei esse programa e cresci com todos me dizendo, que a maioria dos personagens faleceram, e eu me conformei com essa história e assistindo recentemente um programa na tv, onde fizeram uma entrevista com o Quico, me emocionei em saber que ele está vivo, e continua interpretando seu personagem, mas o que mais me emocionou foi ver a pessoa maravilhosa que ele é, Carlos Villagrán eu sou sua eterna fã.
Bem a partir dessa entrevista resolvi descobrir por onde andam cada personagem.
Então mãos à obra.

Chavez
Nome: Roberto Gómez Bolaños (Chespirito)
Data de Nascimento: 21/02/1929
Idade Atual: 79 anos

Gómez Bolaños ficou conhecido mundialmente por séries televisivas como El Chavo del Ocho e El Chapulín Colorado. É sobrinho do ex-presidente mexicano Gustavo Díaz Ordaz Bolaños.
No dia 19 de novembro de 2004, Chespirito e Florinda Meza, intérprete da personagem Dona Florinda, se casam, após mais de 25 anos de união “não-oficial”. Na época, o comediante tinha 75 anos. O casamento ocorreu na Cidade do México.
Atualmente, Roberto Bolaños vive com a sua esposa, Florinda, no México. Bolaños é pai de seis filhos, fruto do seu primeiro casamento
Chespirito estabeleceu batalhas legais com os antigos atores de Chaves para evitar que usem os personagens do programa sem o seu consentimento. Essa é uma das razões pelas quais Villagrán utiliza o nome “Kiko”, já que Chespirito tem direitos autorais apenas por “Quico”. Também já usou o nome de Frederico, em um seriado solo.
Em 2002, Bolaños tentou mover uma ação judicial contra a atriz María Antonieta de las Nieves(Chiquinha), pedindo o cancelamento da licença que a atriz tinha para fazer uso da imagem da personagem Chiquinha. A atriz, após o fim do programa, ainda encarnava a personagem no circo e no teatro. Quando a atriz recebeu a ação das mãos do oficial de Justiça, tomou um susto tão grande que teve um princípio de infarto e foi internada às pressas.
Depois que teve alta, María Antonieta entrou com um recurso e ganhou a causa, e continua fazendo uso da imagem de sua personagem. No entanto, esse incidente acabou afetando sua relação com Bolaños, pois ela nunca o perdoou por isso, e nunca mais os dois se falaram. Na série animada do Chaves, a Chiquinha não aparece na primeira temporada nem na segunda!
No ano 2000 foi feita uma homenagem por sua trajetória artística e sua contribuição, como o melhor humorista, no qual compartilhou momentos com todos os atores que conviveu por mais de 20 anos no programa Chespirito, incluindo Carlos Villagrán (Quico). Entre os personagens mais destacados que foi criado por Chespirito se encontram: El Doctor Chapatín (Doutor Chapatin: 1968-1995), Chespirito (1968-1995), Charles Chaplin (1970-1994), El Chapulín Colorado (Chapolin Colorado: 1970-1993), El Chavo Del Ocho(Chaves:1971-1992), El Chompiras (Chaveco: 1973-1995), El Gordo y el Flaco (1974-1993), Chaparrón Bonaparte (Pancada: 1980-1995), Vicente Chambón (1980-1984).
Em 2003 lançou seu livro de poemas chamado Poemas y un Poço Más,no qual teve grande aceitação por parte do público.

Quico
Nome: Carlos Villagrán Eslava
Data de Nascimento: 12/01/1944
Idade Atual: 64 anos .

O intérprete de Quico, garoto mimado e filho de Dona Florinda, nasceu em 12 de janeiro de 1944. O curioso é que ele no início não era nada rico.
No vilarejo onde vivia, a sua família era a mais pobre de todas: Carlos Villagrán na sua infância nunca havia dormido em um colchão.
Ele é conhecido como Pirolo, pois antes de atuar em Chaves, tinha um personagem com esse nome. Ainda antes de viver o Pirolo, Villagrán foi fotógrafo profissional de vários jornais conceituados do México. Seu sonho era ser comediante ou jogador de futebol. A convite de Rubén Aguirre, Carlos Villagrán deixou a fotografia aos 23 anos e começou a viver Quico, personagem que já interpretava no teatro.
Apareceu nos dias 21 e 28 de Setembro de 2008 no programa “Pânico na TV” ,quando foi apresentada uma matéria sobre Carlos Villagrán e seu circo. Nesta oportunidade o humorista falou sobre Bolaños, reafirmando que foi tirado do programa e acusando Chespirito de “querer ser Deus e dono de tudo”. Alegou, ainda, que o personagem Quico é seu, já que vários de seus trejeitos foram criados por ele .Silvio e Vesgo dão a tão sonhada bola quadrada para Kiko.
Carlos Villagrán já teve um caso com Florinda Meza antes de esta se casar com Chespirito.
Atualmente vive na Argentina com sua esposa e com seus seis filhos e mantém o Circo do Quico.

Chiquinha
Nome: Maria Antonieta de las Nieves
Data de Nascimento: 22/12/1950
Idade Atual: 58 anos

Sua carreira começou aos seis anos de idade fazendo um programa na televisão, aos oito anos já realizava dublagens.
No início de sua carreira queria ser uma das mais conhecidas atrizes mexicanas em papéis dramáticos, mas Chespirito mudou os planos da atriz, embora sempre quisesse ser vedete.
A forma em que Chespirito a encontrou, foi enquanto Maria fazia umas dublagens para a televisão, ele buscava uma mulher jovem e pequena para uma comédia local. Quando Chespirito falou com ela sobre a proposta, ela disse que não era cômica, já que ela não gostava de comédia, então Chespirito contestou: “Então você não é uma boa atriz; não existem atores dramáticos ou cômicos, existem apenas atores”.
Maria Antonieta é casada com um produtor de televisão mexicana e é mãe de dois filhos.
Até hoje, Maria interpreta a personagem Chiquinha e se apresenta em muitos países latino-americanos com o seu circo.

Seu Madruga
Nome: Ramón Valdez
Data de Nascimento: 02/09/1923
Data de Falecimento: 09/08/1988
Causa da Morte: Câncer no Pulmão

Ainda hoje, seu personagem Seu Madruga (Don Ramón, na versão original) é cultuada, havendo diversas páginas, blogs e comunidades no site de relacionamentos Orkut em sua homenagem. Casou-se três vezes (uma delas com a cantora Aracely Julián) e teve dez filhos. Faleceu de câncer de pulmão, ocasionado pelo fumo excessivo, que depois espalhou-se para o estômago.
Sabe-se que Ramón Valdés tinha uma memória privilegiada. Fora do estúdio vestia-se quase igual como no seriado, pois afirmava que com os Jeans podia sentar onde quisesse sem temer sujar a roupa. (segundo declarações de seu filho Rafael Valdés). Também tinha rituais curiosos, como fumar um cigarro antes de dormir.
Apesar de, no seriado Chaves, Seu Madruga fugir da Bruxa do 71,na vida real os dois eram muito bons amigos. Tanto que, quando Ramón morreu em 1988, a atriz passou a noite ao lado do corpo chorando e dizendo “Mi Rorro”. A atriz ficou tão decepcionada que começou a descuidar da saúde, e começou a envelhecer mais rapidamente. Também manteve grande amizade na vida pessoal os atores Édgar Vivar (Senhor Barriga) e Rubén Aguirre (Professor Girafales). Também era um dos melhores amigos de Ramón Carlos Villagrán ( Quico).Tanto é que uma vez quando Ramón estava no hospital, Quico disse: Nós vemos lá em cima, no céu. Ramón Valdéz se contrariou, mantendo seu bom humor dizendo. Não se faça de louco, nós se vemos lá no inferno.
Seu Madruga era um personagem fácil de interpretar por Ramón Valdez, já que sua personalidade era muito semelhante à de seu personagem, e, por conseguinte era normal que o ator chegasse tarde às gravações, assim como também um pouco distraído e um tanto irritado.

Dona Florinda/Pópis
Nome: Florinda Meza Garcia
Data de Nascimento: 08/02/1948
Idade Atual: 60 anos

Sempre atuando ao lado de seu marido, Florinda Meza já escreveu algumas novelas e atuou em outras. Também é diretora de TV. Uma das novelas que Florinda Meza escreveu foi: La dueña (refilmada e exibida no Brasil pelo SBT com o nome de Amor e ódio, em 2001).Um fato curioso na vida de Florinda foi o de ela já ter tido um caso com Carlos Villagrán, que interpretava o Quico, antes de se casar com Chespirito. Dizem que graças a ela, Roberto Gómez Bolaños e Carlos Villagrán deixaram de se falar e não mantiveram nenhum contato por 20 anos, até se encontrarem novamente numa homenagem feita pela emissora Televisa ao mestre Chespirito. A causa disso pode ser mero “ti-ti-ti”, mas Chespirito e Villagrán realmente não se falaram, nem sequer se viram por duas décadas. Hoje em dia, Florinda Meza vive no México com seu marido e ainda é atriz, mas se dedica mais à sua vida com Bolaños pois abriu mão da maternidade ao se casar com ele que não queria ter mais filhos pois já era pai de seis do seu primeiro casamento e já estava vasectomizado.
A atriz não tem nada a ver com a velha feia e chata que interpreta no seriado “Chaves”. Aquela mulher chata e mal-humorada que nunca se separava de seu avental e muito menos dos bobes na cabeça é totalmente oposta no físico e na personalidade.

Professor Girafales
Nome: Rubén Aguirre Fuentes
Data de Nascimento: 15/06/1934
Idade Atual: 74 anos

Rubén Aguirre iniciou-se como ator em Monterrey com um famosíssimo personagem da cidade chamado Pipo.
Antes de iniciar-se nos programas de Chespirito, ele tinha seu próprio programa chamado “El Club de Shory” no qual participavam Carlos Villagrán (Quico) e Maria Antonieta (Chiquinha).
Está casado desde 1960 e é pai de sete filhos, desde 1976 realiza apresentações em circos, sempre com o personagem Professor Girafales.
Devido a um problema na perna, Rubén tomou cortisona imaginando que tinha artrite, já que sofria de terríveis dores no joelho. O problema, no entanto, não era esse e Rubén acabou engordando vinte quilos. O ator comemorou seus setenta anos com 122 quilos. Até então ele se apresentava com seu circo “El Circo Del Professor Jirafales” que atualmente está parado. Há tempos Rubén não dá entrevistas e nem fala com a imprensa, pois ele tem vergonha da sua aparência.
Rubén atualmente não trabalha mais com seu circo. Está envolvidos em projetos para a TV.

Senhor Barriga/Nhonho
Nome: Edgar Vivar
Data de Nascimento: 28/12/1944
Idade Atual: 64 anos

Edgar, nos últimos anos, infelizmente teve vários problemas cardíacos devido a seus 134 quilos e chegou há ficar seis meses internado numa UTI. Atualmente também tem um circo, assim como outros ex-atores das séries, e faz novelas e peças de teatro. É divorciado e pai de dois filhos, sua ultima produção foi uma série na Argentina.
Em 2003 esteve no Brasil, e foi ao programa “Falando Francamente” de Sônia Abrão. Edgar foi muito homenageado e se emocionou bastante no programa. Ainda em sua visita ao Brasil, o ator declarou que nunca foi amigo de Carlos Villagrán. Carlos assistia a entrevista pela TV e ficou muito chateado porque sempre se considerou um grande amigo de Edgar.
Edgar, recentemente foi homenageado em um programa no Chile e inclusive interpretou o personagem num especial. Chaves, Chiquinha e Seu Madruga foram feitos por outros atores.

Bruxa do 71
Nome: Angelines Fernández Abad
Data de Nascimento: 09/07/1922
Data de Falecimento: 25/03/1994
Causa da Morte: Câncer no Pulmão

Logo no começo da Segunda Guerra Mundial, seguiu para o México e começou sua carreira de atriz no início dos anos 70, quando Chespirito a convidou para trabalhar no seriado Chaves, interpretando a Dona Clotilde, que era chamada pelas crianças de Bruxa do 71.
Angelines foi a terceira do elenco do Chaves a morrer, depois de Ramón Valdez, que interpretava o personagem Seu Madruga e Raúl Padilla, que interpretava o personagem Jaiminho, o carteiro.
Poucos sabem, mas Angelines ao contrário de sua personagem, era considerada uma das mulheres mais bonitas do México.

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créditos: http://www.cogumelolouco.com/adivinha-quem-sao/

terça-feira, 9 de junho de 2009

Diálogos de um Dom

Devido aos circunlóquios idiossincráticos da avançada de Chronos, fica ardua a labuta com Morpheus, sendo assim, prefiro recolher-me para evitar possíveis desavenças no panteão. Haja visto o fim de Prometeus e muitos outros humanos que ousaram criar problemas com os deuses.
Com a guarda de Artemis, e os cuidados de Palas Athena, deito sobre meu leito afim de descansar da longa jornada apolínea.
Amanhã acordo com a corneta de Hermes sussurando aos meus ouvidos, pois, seja com Ares ou Dionísio, meu dia irá render. Que Afrodite me ajude.

- Despedindo-se de uma donzela.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Prefácio de um Dom

Todos estes títulos – que são desconexos a primeira vista – estiveram, estão e estarão presentes na minha formação enquanto leitor, enquanto pensador, mas, principalmente, enquanto pessoa. Um seriado de desenho animado; um seriado mexicano; duas músicas; um hino; dois filmes; e, por fim, três livros.

Neste prefácio, tentarei lincá-los em uma teia de pensamentos que pode não ser linear ou aparentemente lógica, mas que sua construção sólida aparecerá no fim desse mesmo texto.

Partindo de uma linha cronológica, esbarramos em um texto o tanto quanto engraçado, mas que serviu como uma de minhas primeiras análises interpretativas e que mais tarde, de certa forma, apurou meu senso crítico para uma área, que não é a que eu sigo hoje, entretanto, é a que mais possuo conhecimentos práticos: crítica esportiva. Refiro-me assim, ao Hino do Botafogo. Hino que servia como grito de guerra e que deu início às minhas leituras; não posso afirmar, mas talvez tenha sido antes mesmo de eu saber ler, podendo assim ser considerado o primeiro texto que eu decorei – óbvio que por algum tempo, você poderá ler como “codifiquei”.

Um pouco mais velho, já entretido com a televisão, acompanhava dois seriados – um de desenho e um real – que são cruciais para a minha formação: Os Cavaleiros do Zodíaco e Chaves. O primeiro, indiretamente. O segundo, não.

Esses cavaleiros, aparentemente mais fracos que os vilões, conseguiam buscar forças através da amizade e de nobres causas para derrotar os inimigos. Não que isso seja algo que hoje eu considere importante, contudo, cada personagem – como o nome do seriado indica – carrega uma titulação que nos remete a figuras mitológicas e lugares da antiguidade clássica: Athena era a deusa protegida; Hades, Ares eram vilões. Leão, Capricórnio, Câncer e todos os outros signos tinham seus cavaleiros representantes; entre muitos outros exemplos que poderia citar. O meu interesse hoje pela Mitologia e Clássicos Greco-romanos é oriundo, se não completamente, em grande parte por esse desenho da década de oitenta de cinco adolescentes que para salvar o mundo, fazem uma – nem sempre “real” – importante retomada ao “berço da cultura ocidental”.

O outro seriado, o mexicano, é alvo constante da minha escolha vocabular sendo raro o dia em que não utilizo uma frase do “Chaves”. Com tiradas espetaculares e um fundo de crítica ao sistema econômico vigente, Roberto Bolaños – Chaves –, também conhecido como Chespirito, ou Pequeno Shakspeare contava com a ajuda de Dom Ramon Valdez – Seu Madruga – e Carlos Villagrán – Quico – para criar histórias que podem ser vistas dezenas de vezes por crianças e adultos tendo como a maior prova disso, a enorme audiência que o programa tem. Outra característica marcante é a grande quantidade de personagens literários e históricos que são interpretados nos capítulos: Dom Quixote, Chaplin, Pantera Cor-de-rosa, entre muitos outros compõe o cenário de absurda simplicidade tecnológica e ao mesmo tempo enorme criação literária.

Entrando pela primeira vez na Literatura propriamente dita, após assistir aos filmes,O Senhor dos Anéis” é o livro de maior importância para que eu esteja cursando Letras. Desde novo eu lia Machado de Assis, José de Alencar, Joaquim Manoel de Macedo entre muitos outros escritores importantes, mas foi o inglês J.R.R. Tookien que me despertou para o mundo fantástico da Literatura. A obra tem uma linguagem não tão complicada, porém muito literária e com uma velocidade de narração que eu me identifico além de um cenário em que me vi presente por várias vezes quando jogava RPG, me ajudou a ter essa obra como livro de cabeceira durante um longo tempo, até que o segundo Dom – o primeiro foi o Dom Ramon Valdez – aparece para que eu o tire da cabeceira e coloque num lugar de destaque na prateleira.

Dom Quixote. Este segundo Dom, ainda como um livro de cabeceira, foi muito influente no meu gosto literário, funcionando, principalmente, como libertador da Literatura e da Arte, usando do conceito de arte do poeta Fernando Pessoa. Através de suas aventuras, pude descobrir o que é a universalidade, atemporalidade e todas as qualidades de uma grande obra. Esse livro marca o início de minha carreira acadêmica, uma vez que foi durante a sua leitura que soube do meu ingresso a vida universitária. Por fim, aproximo-me bastante do personagem principal, entendendo e muitas vezes compartilhando com os seus ideais.

Desde novo, acompanho a música de perto, cresci com as guitarras pesadas e o grave do bumbo da bateria dando o compasso da minha vida. Muitas músicas foram marcantes e importantes, sendo assim, escolho a que me acumula mais memórias: “O Último Romance” da banda brasileira Los Hermanos. Uma música bem trabalhada que utiliza a temática do Amor sem ser clichê, a batida tornou-se comum aos meus ouvidos quando tive a enorme chance de encontrar a pessoa de que devo muito, não só emocionalmente, mas também profissional e academicamente.

Com uma temática completamente oposta à música citada, o filme “Clube da Luta” mudou pra sempre a minha percepção de realidade e se tornou crucial para o viés de minha abordagem crítica, seja ela relacionada à Literatura ou não. “Clube da Luta” conta a vida comum e pacata do personagem principal que é desconstruída com a chegada de um amigo, Tyler Durden. Juntos, trabalham num sistema anárquico de revolta ao sistema capitalista. Filosofia, sociologia, psicologia, literatura, política, entre milhões de assuntos podem ser estudados. Separo minha vida em dois momentos: ante e pós Tyler Durden.

Seria impossível, não citá-lo nesse prefácio. O Bruxo do Cosme Velho serve de mentor para todos aqueles que não acreditam que não cabe a Literatura apenas a função de agradar ou elogiar. Escolho, com certa dor no coração por deixar tantas outras obras dele de fora, Dom Casmurro. O terceiro Dom, com sua linguagem manipuladora e sarcástica, obrigou-me a lê-lo por duas vezes seguidas, a fim de ter certeza sobre suas tendenciosas informações sobre Capitu, seu filho, seu melhor amigo, Quincas e todos os outros personagens que circulam no mais fantástico livro de literatura brasileira que eu já li.

Do livro para as telas, mas ainda com um personagem nada amistoso como Dom Casmurro, Jack Sparrow é o típico anti-herói da atualidade. “Piratas do Caribe” traz tramas com desfechos sempre imprevistos que confunde o telespectador a todo o momento. Não há um grupo de amigos ou aliança, são feitas e desfeitas na velocidade da arma sair da cintura e ser apontada para alguém. Por esse motivo, este filme está aqui. A lógica adotada de “amizade quando convém” encaixa perfeito com a minha ótica sobre a mesma. O filme incentivou-me a pesquisar sobre pirataria – sem relação direta com a de gravação de CD e DVD que faço –, e sobre a deusa Calypso, mais uma vez, focando para a Mitologia.

Por fim, mas não menos importante, apresento e antecipo a seriedade dessa banda inglesa que tem hoje a função de carregar o futuro da música em suas mãos, pegando a tocha da mão de outra banda inglesa U2. Adorados por intelectuais e odiados pela mídia, a banda inova em instrumentos musicais e em letras nada ortodoxas ou lineares, que falam dos mais variados temas. A escolha da música Weird Fishes/Arpeggi serve para ilustrar exatamente o momento que vivo e as indagações que qualquer estudante de Letras possui.

Apesar de uma enorme influência estrangeira, ainda me considero um brasileiro autêntico, pelo simples fato de considerar a arte como universal. O cenário, a língua, o viés, diferencia-se sim de um país para o outro, porém, a literariedade continuará sempre presente.

Como pessoa de meu tempo, quis conciliar algumas das ferramentas artísticas que me rodeiam, sejam elas arte de fato ou as que se subsidiam da arte para cumprir o seu papel.

domingo, 1 de fevereiro de 2009


Essas férias foram marcadas por fatos peculiares: um deles diz respeito a um dos problemas mais comentados na sociedade. África e Oriente Médio. Como o sol fez o favor de tirar férias, resolvemos fazer o favor de ver filmes. Sem ter a intenção de assistir filmes com a temática citada, vimos: Rede de Mentiras (3 estrelas), OÚltimo Rei da Escócia (4 estrelas), Babel (4 estrelas), Hotel Ruanda (4 estrelas) e Diamante de Sangue (4 estrelas). Sabe qual a conclusão que tiro? Achamos triste, ficamos puto com as nações mais ricas, ficamos indignados com o preconceito e voltamos para à praia no dia seguinte, para pegar uma cor.